quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Como encontrar o amor verdadeiro: o OQTPA ensina

Outro dia, presenciei uma briga de um casal na porta de uma casa noturna. Ela berrava com todos os pulmões que sentia nojo, mas muito nojo dele. Ele, com ares de réu, tentava contornar a situação. Quando todos os presentes já estava prestando atenção à discussão, ela disse que jamais poderia perdoá-lo depois dele ter BEIJADO a mãe dela. Isso mesmo: ele pegou a mãe dela, uma loirona siliconada com naipe de Vera Fischer (agora o que a mãe fazia na balada não vem ao caso), na frente de todos os amigos. Depois dos "ooohs" da plateia, ele simplesmente deu os ombros e revelou: "eu gosto da outra mesmo".

Diante da cena, fiquei me questionando: por que os casais brigam tanto? Por que os parceiros fazem questão de tornar momentos românticos a dois em verdadeiras sessões de tortura? Se você ama fulano, por que motivo você tem de atazanar a vida da pessoa? Quem sai ganhando? É até possível vencer uma batalha (por exemplo, forçando o coitado a ir assistir Sexy and the City pela vigésima vez ou obrigar a namorada a ir pescar com os seus amigos), mas será que a guerra vale a pena?

Aí me caiu a ficha. Tudo é uma questão de ter objetivos definidos e procurar por cidadãos aptos a desempenhar tal papel. Explico. Eu, por exemplo, preciso de alguém que espante as pombas do meu caminho. Não é concebível para mim, não ter a certeza de que pessoa ao meu lado não vai gritar "xô, xô" para aqueles demoninhos de pena, enquanto eu fico paralisada alguns passos atrás (Nota da Redação: a autora sofre de uma fobia inexplicável a aves). Já minha amiga Fernanda precisa de alguém que não se importe de ligar para ela só após a novela das oito. Outras conhecidas, como Andréa, precisa de alguém que goste da mãe dela. Roberta, definitivamente, precisa de um cara micareteiro. Ana Paula precisa de alguém que goste de esmalte vermelho. Já Lúcia precisa de alguém que não dê muita importância para depilação. Carol precisa de alguém que ache lindo ela estar sempre com o nariz entupido. E Daniela precisa de um cara que jure amor eterno (mesmo que de mentirinha) só para ela se sentir segura.

O problema se dá porque ninguém está preparado para aceitar o outro como ele verdadeiramente é. Parece clichê, mas é verdade. As pessoas, em vez de procurar por relacionamentos que possam atender às suas necessidades, elas querem transformar o outro - querendo este ou não - em servis soldados do seu bel-prazer. A partir do momento em que se diz "sim, eu aceito", ambos os lados (ou o mais inseguro) começa uma incansável saga em prol de se firmar como o macho-alfa ou a fêmea-alfa do enlace. E, convenhamos, o que importa numa relação amorosa não é quem manda mais ou quem abaixa a cabeça e obedece. O que realmente levamos e lembramos junto do travesseiros naquelas noites de insônia são as risadas, as conversas, os carinhos, as descobertas. E não se naquele sábado à tarde, você venceu a discussão de que o nome correto do lanche era Cheddar McMelt, e não McCheddar.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Stefhany, a Beyoncé do Piauí, na home do G1

Quando ninguém pensou que um humilde blog poderia influenciar uma das maiores empresas de comunicação do país, eis que o último post do OQTPA pautou o site de notícias da Organizações Globo, o G1 (clique na imagem para ampliar):


Sim, torcedor brasileiro, podemos ir ao delírio! Stefhany, cada vez mais, galga a passos gigantescos o posto de futura diva! Daqui a pouco é Gugu, é Luciana Gimenez, é Eliana, é o sucesso batendo à porta! E o OQTPA fica feliz por contribuir com mais este talento verde-amarelo. Para ler a matéria completa sobre Stefhany e outros talentos nacionais descobertos pela internet, como o Playboy do Rap e Valmyr e Josi, clique aqui.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Eu sou linda-a, ABSOLUTA, eu sou Stefhany

Meninas: depois da intensa repercussão sobre o post dos tarados de plantão de cada esquina da vida, gostaria de brindar vocês, mulheres guerreiras desta selva de pedra (/bial), com um banho de auto-estima. Todas nós devíamos ser lindas e absolutas como a nova Beyoncé do Brasil-il-il, a sensual cajuína Stefhany (sim, com efe e agá). Em versão da música A Thousand Miles, de Vanessa Carlton, o clipe de Stefhany já tem momentos clássicos como os das backing-dancers, em alusão clara ao vídeo Single Ladies, da própria Beyoncé, e a batidinha de quadril no momento do verso "vou sair e me divertir" - com direito até ao maiozinho preto. Adoro. Agora, pra pirar mesmo é na letra, quando, decidida, depois de desistir de esperar pelo moço que não vem (cachorro), ela pega seu CrossFox e sai pela cidade. Sim, ela diz na letra, "no meu CrossFox, eu vou sair". E a letra é de Stefhany também. É praticamente uma diva. Chega, não quero estragar a surpresa. É com você, Stefhany:



Para não perder um minuto, o OQTPA providenciou também a lyrics da song:

Em frente do meu portão
Te Esperei
Te Esperei
Não Veio

Agora vou te mostrar que
Não Sou mulher
Não Sou Mulher
De Esperar
Eu Sou Linda
Absoluta
Eu Sou Stefhany

No meu Cross Fox
Eu Vou Sair
Vou Dançar
Me Divertir
Não Vou Ficar Mais Te Esperando
Pois Agora eu Sou Demais

E ao chegar a festa
Vejo você
Dançando e beijando
Outra mulher
Será se você pensa que vou chorar
Me desesperar como
Um velho e bobo romance

Eu Sou Linda Absoluta
Eu Sou Stefhany

No meu Cross Fox
Eu Vou Sair
Vou Dançar
Me Divertir
Não Vou Ficar Mais Ficar Mais Te Esperando
Pois Agora Eu Sou Demais

Ah Ah Eu Esperei De Mais
Ah Ah Não Vou Ficar Aqui
Ah Ah Não Posso Mais Ficar Aqui

Enfrente do Meu Portão
Te Esperei
Te Esperei
Não Veio

Agora Vou Te Mostrar Que
Não Sou Mulher
Não Sou Mulher de Esperar
Eu Sou Linda
Absoluta
Eu Sou Stefhany

No Meu Cross Fox
Vou Sair
Vou Dançar
Me Divertir Oh !
Não Vou Ficar Mais te Esperando
Não Vou Mais Ficar Mais Te Esperando
Pois Agora Eu Sou

Não Não Não
Eu Vou Sair
Vou Dançar
Me Divertir
Não Vou Ficar Mais Te Esperando
Pois Agora Eu Sou
Agora Eu Sou DEMAIS

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

DENÚNCIA: Cláudia Leitte e o abuso da imprensa

Damos início hoje no OQTPA às participações de convidados ilustres. Estreiando com toda a pompa de que realmente sabe e com quem, de fato, de quase tudo já aconteceu, peço uma salva de palmas para Dona Beth, minha mãe. Jornalista, publicitária, revisora, professora de português e, acima de tudo, a pessoa mais sábia que já conheci.




















Topo tudo por dinheiro, raraê



A gente reclama do serviço. Diz que é explorado na firma. Mas a gente tinha que olhar pra trás e ver que tem profissionais em situação pior que a nossa. Por exemplo, a assessoria de imprensa da Cláudia Leitte. É revoltante o que aqueles meninos trabalham. Imagino toda equipe entrando madrugada afora, comendo pizza gelada e fumando sem parar, naquelas reuniões dantescas, para chegar a uma pauta bombástica sobre a cantora baiana, que estará estampada em todas as primeiras páginas dos nossos noticiários. Dá pena, é de cortar o coração. Desde que a Claudinha saiu daquele famosíssimo grupo de axé (ou seria pagode?), desde que ela alçou carreira solo, nunca mais deixou de ser manchete.

Ultimamente, a cantora disputou palmo a palmo o espaço sagrado do jornalismo com Obama, com a crise econômica, com descobertas científicas. Ela rendeu matérias que nos informaram sobre o seu casamento, os casadinhos distribuídos na cerimônia, o novo corte da franja, a lua de mel, a gravidez, o nome do bebê, o nome do dono da loja em que foi encomendado o berço e outras informações de utilidade pública. Você abre o suplemento cultural Agora, e lá está ela em letras garrafais “CLAUDIA LEITTE COMPRA PRIMEIRO SAPATINHO DO SEU BEBÊ”. Você acessa o UOL, Globo, Terra, Ig e dá de cara com a notícia: GRÁVIDA DE OITO MESES, CLÁUDIA LEITTE GRAVA SHOW DA VIRADA. Já vi entrevistas dela no , em que insistia em fazer o gênero “toda menina baiana foi levada da breca”; no João Dória Jr. jurando que ela não imita a Ivete Sangallo; no Amaury Jr., declarando que A-DO-RA ser sexy e gostosa (aff, bem-feito quem mandou ligar a TV). Não que eu não goste dela. Amordaçada e de mãos e pés amarrados, escondidinha atrás da Muralha da China, até que ela é passável, isso ninguém pode negar. O que me deixa indignada é saber que por detrás de todo esse interesse espontâneo da imprensa pela vida e obra da musa, há a exploração da mão de obra jornalística. Para transformar uma pretensa artista - comparável apenas a um geladinho de chuchu sem açúcar - em figura onipresente, alguém tem de ralar muito; queimar os neurônios em busca de alguma pauta; mandar e-mails para a grande imprensa; telefonar; ouvir não; subornar paparazzis para irem atrás da beldade; prometer CDs da Amy Winehouse para produtores de TV; enfim é trabalho pra mais de mês que a gente vê todo o santíssimo dia.

Portanto, amigos, devemos denunciar esses abusos. Assessor de imprensa também é gente, apesar de ser jornalista. Por onde andam as ONGs, os sindicatos, o Greenpeace, a Luciana Gimenez? Estarão fazendo vistas grossas e ouvidos de mercadores? Todas as vozes de denúncia e defesa da sanidade mental dos profissionais da arte de bem informar se calaram? Até quando seremos coniventes? O que falta fazermos? Ir aos shows dela? Comprar os CDs da cantora, mesmo que piratas? Pedir autógrafo? Tirar uma foto com ela do nosso próprio celular? Não, isso já seria exigir muito de nós. Bom, fica aqui minha solidariedade com esses profissionais e um conselho para aqueles jornalistas desempregados que lutam desesperadamente por uma colocação ao sol que não se rendam, agüentem firme, mas, por favor, cuidado ao mandar currículo para a assessoria da Cláudia Leitte com dois tês.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Chupa seu bando de tarados!

Eu consegui. Fazia tempo que não me sentia tão orgulhosa de mim mesma.

No metrô, quando um homem, com cara de fritador de pastel em feira do Capão Redondo (nada contra, diga-se de passagem), inclinou a cabeça perto de mim e soltou um "delícia, hein", juntei toda a minha indignação, olhei profundamente em seus olhos e lancei com toda a ojeriza do mundo: "PENA QUE EU NÃO POSSA DIZER O MESMO". O homem ficou assustado com a reação e, com a fala trêmula, ainda disse que eu era metida. Oi? Queridô, que eu saiba, ninguém pediu sua avaliação da mercadoria aqui, não.

Tá, sei que a resposta não foi a mais criativa ou inteligente. Mas, como minha querida amiga Aline discorreu neste post, não há nada que me tire mais do sério do que levar essas pseudo-cantadas nas ruas de homens que eu nunca vi na vida - além, de muitos terem idade para ser meu avô, o que é totalmente disgusting. Você vê aquele velhinho meigo de bengala do outro lado da rua, relembra de suas memórias pueris ao lado do seus avós, e, de repente, o doce senhor encara seus peitos e com toda a voz da experiência ainda comenta: "nossa, mais que peitinho gostoso". Argh. Será que ele pensa mesmo que eu, do alto do vigor e da beleza dos meus 20 anos, vou me atirar em seus braços e gritar, "me faça mulher aqui e agora, Osório, eu sei que você ainda consegue!"

O motivo da minha irritação, na verdade, é que os caras sabem, sim, que nenhuma mulher vai se sentir envaidecida por ter sido estuprada com os olhos por um zé-ninguém-tamoaí-na-atividade. Portanto, essa falta de propósito com uma cantada nojenta só demonstra que eles fazem isso para se sentir superiores em relação as mulheres. Como se com tais atitudes, eles conseguissem, como um estuprador, coagir, expor e humilhar as presas indefesas. Nos fazer engolir que, mesmo queimando sutiã, sendo a maioria nas universidades e estando em cargos de chefias, no fundo, nós sempre seremos reféns deste tipo de assédio e, não importa o que fizermos, nós sempre seremos apenas um pedaço de carne para o deleite destes glutões.

Algumas amigas chegaram a conclusão de que os caras ficam desconcertados quando a mulher reage às investidas. Eles disfarçam, ficam sem jeito e, postos na berlinda, tentam escapar como sabonete molhado. Eu consegui fazer com que o cara se sentisse inferior, humilhado, exposto. E juro que não me senti nenhum um tiquinho mal com isso - exatamente como eles, quando mexem com uma garota. Opa, but we do have a problem. Será que quanto mais tentamos ser e nos mostrar mulheres independentes mais nos parecemos com a pior corja dos homens?

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Lágrimas secas

Ontem no ônibus (claro) rolou um lance tenso.

Um moleque de rua entrou no ônibus, mas o cobrador não queria deixá-lo ficar, pois, aparentemente, ele estava drogado e com um pote de cola nas mãos. Uma moça de xale branco, com boas intenções mas muita demagogia, começou a dar lição de moral e a clamar pelos direitos do moleque. E o moleque, nem percebendo que alguém o defendera, ameaçou o cobrador. Dois manos resolveram dar um jeito na situação e puseram o tal para fora. Ele correu e tacou uma pedra no ônibus. Alguns passageiros riam, excitados com a desgraça alheia ou para disfarçar o medo de que aquilo se tornasse em algo maior; os manos xingaram a moça do xale branco e se sentiam os justiceiros do ônibus.

E eu, assistindo de camorote aquilo, senti uma vontade de chorar. Pelo temor que o incidente se transformasse numa desgraça tão comum nos noticiários, porém mais por pena da vida daquele moleque se resumir a uma sucessão de humilhações. Como esperar boas atitudes de alguém que é expulso de um ônibus, recebe olhares de nojo ou, pior, não-olhares de cada transeunte e ainda dorme com a cara contra o concreto todas as noites? Senti os olhos queimarem com as lágrimas iminentes e pensei: "por que eu quero chorar?" Por que diante daquela discussão acalorada tudo o que eu poderia fazer era chorar? Percebi, então, que minha vontade de chorar se traduzia em uma tentativa de ficar com a mente tranquila diante de uma injustiça. Chorando, eu demonstraria compaixão (mesmo que apenas para mim) por aquele moleque, vítima de uma armadilha social, e, enfim, teria feito minha parte diante desse problema. Escorreriam minhas lágrimas, eu pensaria "pobre criança" e, pronto, ficaria com a minha consciência leve. Conclui que chorar era uma atitude tão demagoga quanto a da moça do xale branco que, depois de coagida por todos os passageiros, disse que não estava defendendo ninguém. Minhas lágrimas, ali, mesmo que sinceras, esconderiam também um ato de superioridade: com meu pranto, eu demonstraria o pesar de uma cidadã por um pobre excluído. Enguli, então, o choro - mesmo que isso também significasse não fazer nada.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Amor de mãe

Diálogo entre minha mãe e a empresa de detetização:

- Oi, que tipo de veneno vocês usam? Então, porque eu tenho dois problemas: uma filha super alérgica e um cachorro pequeno (...) Não, não, minha filha não é tão criança assim (oi, mãe????) (...) Olha, na realidade, a minha preoucupação é com o cachorro (tipo, valeu hein, mãe!), porque, qualquer coisa, minha filha sai de casa por uns dias (...) Sério, mas o cachorro não vai passar mal? Você tem certeza?"

Mas, no fundo, eu sei que ela me ama.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Tá onde? A saga em busca do japonês perdido

Sabe quando você encontra o restaurante japonês dos seus sonhos? Onde as porções de sashimi e shimeji são à vontade; o preço do rodízio não ultrapassa a marca dos R$ 30; os garçons trazem os pratos rapidamente e não ficam enrolando só porque você pediu o 5º temaki e ainda, como um mimo da casa, eles te dão aperitivos, como camarão empanado ou ostras? Pois é, eu encontrei. Mas o perdi. Vamos à historinha do dia:

Certa noite, eu e Bruno estávamos atrás de um restaurante argentino que eu estava louca para ir. As únicas pistas que tínhamos era que ficava em algum lugar de Moema e a fachada era amarela. Convenhamos: quão difícil é encontrar uma casa com fachada amarela em Moema? E achamos. Só que o local estava tão caído que nem nos apeteceu de entrar. Continuamos a vagar a esmo por aquelas alamedas à espera de que algum milagre nos indicasse o caminho. Até que vimos um sobradinho gracioso que servia rodízio japonês. Achamos que seria uma fortuna dada a localização e a cara do lugar. Não era. Ficamos por lá, e como você leu no primeiro parágrafo, acabamos o elegendo como nosso japa favorito.

Na semana seguinte, a abstinência por temakis bateu de novo. "Vamos no japa de Moema?" Claro! Mais uma vez, ninguém lembrava o endereço nem o nome. Ah, mas nossos corações obstinados por sashimis de salmão nos guiariam o caminho! Entramos na Jurupis, cruzamos a Aratãs, opa, avenida Ibirapuera. Não era por aqui. Contornamos, Nhambiquaras, Jurema, Tupiniquins. Caramba, não tinham esses prédios, não. Perguntamos para um valet de um japonês concorrente. Ele também não sabia. A essa altura, meu estômago já se contorcia de fome e, sempre que eu pensava em desistir, me lembrava do shimeji quentinho... Parecia que o nosso japa se escondia da gente. Por quê? O que fizemos de errado? A ânsia por um mísero sushi era tanta que paramos no primeiro rodízio e entramos. Caro, nada saboroso, sem aquele "it" do nosso.

Nas semanas seguintes, continuamos a saga atrás dele. A cada curva que fazíamos minha cabeça doía, e eu, cega pela fúria, culpava o Bruno por não ter decorado o endereço, e ele, revidava, dizendo que eu era uma louca histérica. Uma hora, meu coração disparou: numa esquina, lá estava o tal sobradinho de paredes vermelhas. Ao chegarmos perto, vimos que era uma pista falsa: o local servia picanha na chapada, nada cru, por sinal. Mais uma vez, vencidos pelo cansaço, desistimos. E nos demos por vencidos. Assumimos que o nosso japa não teria suportado a concorrência ferina do mundo dos rodízios-japa. Hoje, destacam-se as casas que põem mais maionese no temaki ou leite condensado no sushi. Já um simples e generoso restaurante, que distribui porções gratuitas aos clientes, jamais poderia sobreviver.

Porém o destino se fez presente e nosso amigo novamente. Meses depois, uma noite, após jantarmos no hype e apático Koban, voltávamos distraídos para casa. Até que no fim da rua, sim, parecia ter um sobradinho de esquina de paredes vermelhas... Não podia ser... Segurei firme na mão do Bruno. E, sim, finalmente o tínhamos reencontrado! Não poderíamos perdê-lo mais uma vez, então, pedimos um cartão com o endereço certo para nunca mais corrermos o risco de não achá-lo. Parecendo piadinha de mau gosto de japonês, não pude acreditar quando li no folheto o nome do restaurante. Pois é, percebam a ironia fina, ele se chama TAKI.

Taki

Alameda Jauaperi, 271, 5051-4674
http://www.takisushi.com.br/